Onde está Deus com tanta coisa errada no mundo?

Jiaren Lau/CC

Se Deus realmente existe, ele só pode ser Supremamente Bom —e não o deus parcial e vingativo que as religiões pregam. Se Deus é Supremamente Bom, como pode acontecer tanta coisa errada no mundo? Onde está a Justiça de Deus e seu amor diante da realidade de violência, corrupção e outros tantos abusos do orgulho e do egoísmo que vemos hoje? Ou Deus não existe, ou precisamos mudar nosso ponto de vista sobre ele. Entenda porquê.

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CAPÍTULO 22
(leia os capítulos anteriores)

224. Deus é bom mesmo?
a) Pense comigo: bondade é só fazer o bem;
b) E só se é Caridoso quando se faz o bem;
c) Então, se não mostrarmos que Deus só pode fazer o bem, não vamos mostrar que ele é caridoso;
d) O que seria um enorme defeito;
e) E ele então não seria mais Deus;
f) O pior é que o Pai nem sequer existiria;
g) Pois para ser Deus, ele tem que ser dotado de todas as infinitas boas qualidades; as que conhecemos e as que nem sequer imaginamos, em grau supremo e absoluto;
h) Por isto a necessidade do Deus Amor.

225. E como podemos mostrar que Deus é bom, se ele permite toda maldade que existe no mundo?
a) É um erro grave dizer que só existe maldade no mundo;
b) Se olharmos as coisas como realmente são, veremos que há mais gente fazendo o bem, do que o “mal”;
c) Tem muito mais pessoas trabalhadoras e honestas que gente que se coloca como privilegiada para fazer o “mal”;
d) Isso para não dizer dos ricos que, às escondidas, praticam a Caridade, de diferentes maneiras;
e) Da maioria dos cientistas, que dedicam suas vidas buscando melhorar o conforto de todos;
f) De um número enorme de pessoas, ligadas às religiões, praticando às ocultas a Caridade;
g) Ainda o grande número de pessoas, desligadas de religiões, fazendo o mesmo;
h) Mesmo cometendo seus erros, o número de pessoas dedicadas ao bem é muitíssimo maior que as pessoas que se dedicam à prática do “mal”.

226. Então, por que o “mal” tem tanta evidência?
a) Primeiro, porque para fazer o mal, é preciso ser atrevido;
b) Para existir, de uma forma ou de outra, o “mal” tem que se impor;
c) Ele nunca é aceito livremente, pois é contrário à essência de nosso amor;
d) Todo chefe de quadrilha se impõe pela violência;
e) Todas as pessoas desonestas se impõem pela corrupção;
f) Todos os que têm sede de poder se impõem pelas ameaças;
g) O orgulhoso se impõe se enfeitando com o “ter”, esquecendo-se do “ser”;
h) O egoísta se impõe pelo exagerado autoamor, nunca pensando em amar o próximo, e assim por diante;
i) Mas para se impor, é preciso mostrar uma falsa superioridade;
j) Exatamente porque é falsa, ela só é possível com propaganda;
k) E a mídia tem enorme responsabilidade nisso;
l) Pois não existe nada que habitue a coletividade a aceitar mais as falsas verdades do que a mídia.

227. Você pode dar exemplo?
a) A propaganda de bebidas alcoólicas ou cigarros: pode existir coisa mais falsa que isso?
b) Por todas as formas que a mídia e a propaganda mostram que só se tem poder quando nos enfeitamos com o ter;
c) Disseminando o egoísmo e o orgulho entre os que acreditam nisso;
d) Levando ainda os moralmente fragilizados a acreditar em tais mentiras;
e) Fazendo com que busquem tais status sociais, não interessando qual meio usar para isso;
f) Hollywood começou, e a mídia e a propaganda terminaram a criação do Deus-Sucesso.

228. Mas isso não é injusto, exatamente porque as pessoas são fragilizadas?
a) Entendendo a razão de duas das leis divinas, entendemos que não é injusto;
b) A aplicação da justiça de Deus é uma prova de sua suprema bondade.

229. Quais são essas leis?
A Lei do Livre-Arbítrio e a de Causa e Efeito.

230. Explique a do Livre-Arbítrio!
a) Esta lei é uma prova cabal de que Deus não é um ditador;
b) Deus nunca impõe a sua vontade;
c) É por causa da vontade que somos únicos e podemos manifestar nossa supremacia;
d) Pois só podemos construir nossa individualidade tendo nossa própria vontade;
e) E para isso temos que ser livres para construi-la;
f) O que exigirá nosso trabalho e esforço individual;
g) Desenvolvendo nossa essência de sermos únicos;
h) Eis porque Deus não nos criou perfeitos;
i) E a fundamental importância da liberdade.

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231. Mas não é exatamente por ser livre que se pratica o “mal”?
a) Aqui ocorre algo estranho: aquele que pratica o “mal” está sim usando sua liberdade;
b) Porém tal liberdade existe só do lado de quem pratica o “mal”, pois como vimos ele só acontece porque se impõe;
c) Logo, quem recebe o efeito do “mal” não é livre para recebê-lo;
d) Mas foi visto, também, que o “mal” não existe, porque sempre resultará em um bem;
e) O que dá ao perdão ensinado por Jesus toda validade;
f) Quando perdoo, estou usando minha liberdade de entender que, mesmo sem saber como, estou sendo beneficiado;
g) Se não perdoo, também estou usando minha liberdade de ter que enfrentar as consequências de tal ato.

232. Não entendi!
a) A liberdade só é real quando não tem que se impor;
b) Portanto só sou livre quando respeito a liberdade de ser dos outros;
c) Mas veja: os outros só são livres quando também não impõem seus atos;
d) Logo, para sermos todos livres, não podemos nunca nos impor;
e) E como só o “mal” se impõe, só se é livre de verdade quando se faz o bem;
f) Se isso é assim para nós, imagine para Deus. Eis porque ele não pode ser um ditador e o porquê da Lei do Livre-arbítrio;
g) Eis também por que, para que sua Criação não se tornasse um completo CAOS, Deus criou as leis de controle como Lei de Causa e Efeito;
h) E, também, porque toda sociedade deve manter suas leis de controle;
i) Como tudo isso só acontece quando se pratica o “mal”, e mesmo sem saber o “maldoso” está fazendo um bem, é justo que seja limitado nas consequências de seus atos;
j) Ainda, por se impor, a prática do “mal” não promove a liberdade de todos, gerando a anarquia e o caos;
k) O que torna o “mal” um ato não de liberdade, mas de abuso da mesma;
l) Por fim, limitar o “mal” nunca será tolher a liberdade, pois quem o pratica não a está usando, mas abusando.

233. O que é, então, a prática do “mal”?
a) A anarquia;
b) Pois o “mal” é o desrespeito aos direitos do próximo;
c) Ou seja, o desrespeito às normas da boa convivência;
d) Ou ainda, o total desrespeito à verdadeira liberdade.

234. É por isso que são necessárias as leis sociais?
a) Exatamente, como visto na questão anterior;
b) Pois é o total respeito a elas que nos garante a verdadeira liberdade;
c) É por isso também, que ao aplicá-las, os juízes fazem o papel de consciência da sociedade.

235. Tudo isso porque Deus não pode nos criar perfeitos?
Sim, caso contrário não teríamos vontade própria, e Deus seria um ditador.

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236. E qual atributo de Deus a Lei do Livre-arbítrio define?
a) O da Humildade, pois, quando fazemos o mal, colocamos nossa vontade acima da vontade de Deus;
b) O da Bondade, pois nos fazendo livres, ele permite que sejamos únicos e supremos;
c) O do Amor, pois com o desenvolvimento de nossos atributos nos tornamos semelhantes a ele e nos dotaremos de poderes que sequer podemos imaginar;
d) O da Caridade e outros.

A Lei da Mínima Dor

237. O que é a Lei da Mínima Dor?
Esta lei diz que todos nós, dentro do uso que fizermos do nosso livre-arbítrio, sentiremos apenas o mínimo de dor necessário a cada um de nós para chegarmos à perfeição.

238. Esse mínimo é igual para todos?
a) Se cada um de nós somos um;
b) Então nossas necessidades evolutivas são únicas;
c) Logo tal mínimo é diferente para cada um.

239. E o que determina esse mínimo?
a) O tamanho e a resistência de nosso egoísmo e de nosso orgulho;
b) E a intensidade da dor que estamos sentindo;
c) É por isso também, que a intensidade da dor varia tanto;
d) Pois em certos casos ela tem que ser forte o suficiente para superar a resistência de nosso orgulho e de nosso egoísmo, como única maneira de respeitar a Lei da Mínima Dor;
e) Eis o mecanismo da intensidade da dor sendo proporcional à intensidade da resistência de nosso orgulho e egoísmo;
f) Cuja causa é a nossa vontade e não a de Deus;
g) Daí também, às vezes, as Reencarnações Compulsórias.

240. Então, por que existem Espíritos que demoram milênios para se modificar?
a) Porque se acomodando com a situação, fazem com que a intensidade da dor seja mais suportável;
b) Provando que o que vale é a intensidade e não o tempo, e ainda o uso da vontade;
c) Aqui entra também outro aspecto interessante: o fato de Deus, por sua onisciência, saber se estamos ou não próximos de superar o limite da mínima dor;
d) Se este for o caso, nossa Consciência promoverá a dor cada vez mais intensa, pois ela, a Consciência, sabe com perfeição como superar os limites de nossa resistência;
e) Em último caso vem a reencarnação compulsória, que pode ser também pedida por nós para acelerarmos nossa evolução.

241. Mas ao criar a Lei da Mínima Dor, Deus não criou também o sofrimento? E consequentemente, o castigo?
a) Não. Por saber tudo (onisciência), Deus sabe como, quando e se cometeremos o “mal”;
b) Sabe também que muitos de nós transformaremos em sofrimento a dor do remédio que nos curará de nossas doenças morais;
c) Pois cada ato de “maldade” que praticamos gera em nossa mente uma doença moral;
d) E cada doença moral (defeito) precisará de um remédio próprio e individual para ser curada, para que possamos chegar à perfeição;
e) Será sempre a reação de nossa vontade.

242. E o castigo?
Não existe! Entenda:
a) Deus sabe que alguns de seus filhos resistirão em admitir que estão fazendo o “mal”;
b) Sabe também que se não criar condições que nos levem a nos corrigir, nosso orgulho e egoísmo só aumentarão;
c) Isso faria com que nunca quiséssemos nos corrigir, e aí nos tornaríamos demônios de verdade;
d) Assim nunca poderíamos chegar à perfeição e deixaríamos de alcançar a verdadeira felicidade;
e) Isso quebraria a perfeita harmonia da Criação;
f) Então a suprema perfeição de Deus seria quebrada;
g) E ele não mais seria Deus.

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243. Daí a necessidade do castigo?
a) Que castigo?
b) Castigo é sempre um ato de revide, de vingança;
c) E Deus nunca poderia cometê-lo;
d) Porém, pelos seus atributos de amor, bondade e justiça, Deus sabe como nos corrigir;
e) Por isso ele criou a Lei de Causa e Efeito;
f) Que, para cada doença moral (causa) gera um remédio (efeito) correspondente;
g) Se o efeito de nossos atos ruins já contém a cura em sua origem, como chamá-lo de castigo?
h) Poderiam os pais achar que o médico está castigando seu filhinho ao operá-lo para que se cure de uma doença grave, mesmo que a criança se revolte por não entender nada?

244. E como a Lei de Causa e Efeito faz isso?
a) Quando nos cria, além da inteligência Deus nos dá o atributo do amor e da felicidade;
b) Pois sua suprema vontade é que sejamos sempre felizes;
c) E para isso temos que amar nosso semelhante;
d) Pois só assim existirá o equilíbrio social fraterno, com ambiente propício a um viver feliz;
e) Essa é a base de toda felicidade;
f) Pois quem não ama pode sentir prazer, mas nunca será feliz.

245. Ainda não entendi…
a) Deus é esperto: além de nos dar o amor, ele nos dá o atributo da felicidade cuja consequência é não gostarmos de ser infelizes;
b) Então, a Lei de Causa e Efeito, quando resistimos em mudar pelo amor, faz a gente sentir alguns efeitos daquilo que fizemos os outros sentirem;
c) Perceba que sentir alguns efeitos do que o outro sentiu não é a mesma coisa de passar pelo que o outro passou, o que seria olho por olho, dente por dente;
d) Lembremos que no livro “Boa Nova”, de Humberto de Campos (Espírito), Jesus diz que basta uma lágrima para que um genocida se transforme;
e) Ou seja, segundo Jesus, basta a predisposição sincera do amor para começarmos a nos corrigir;
f) Se não sentirmos quando encarnados, fatalmente sentiremos quando desencarnados, sempre que resistirmos a mudar pelo amor;
g) Mas se evoluir é aprender a fazer o certo, e se só fazemos o certo quando fazemos o bem, quando fazemos o mal, somos infelizes;
h) Sentindo alguns efeitos do sofrimento que causamos, e a respectiva infelicidade, mesmo que por egoísmo, iremos querer mudar nosso comportamento;
i) Mas isso significa deixar de fazer o mal, para fazer o bem, encontrando o verdadeiro caminho da felicidade;
j) Eis a perfeição das leis divinas, que mesmo nos dando o livre-arbítrio, impede que permaneçamos eternamente na prática do “mal”.

246. Entendi! Na realidade, pela ação da Lei de Causa e Efeito, o “mal” passa a ser o aprendizado do caminho do bem!
a) Perfeito. Mas entenda que para sermos bons, não precisamos praticar o mal;
b) Quem só faz o bem não fica doente e não precisa de remédio;
c) Ainda que uma vez corrigido aquele mal, nunca mais o cometeremos;
d) Pois o Ego (Espírito propriamente dito) nunca desaprende o que aprendeu;
e) Realmente Deus é demais: é uma atitude de justiça, e até de obrigação dele, nos criar para só querermos ser felizes;
f) Só que com isso ele transforma nossas “maldades” em remédios que irão nos beneficiar e corrigir;
g) Pois nossa vontade é sempre sermos felizes;
h) Então mudaremos porque somos egoístas e não queremos sofrer;
i) Mudamos sem que Deus mexa em nada em nosso livre-arbítrio;
j) Aprendendo a ser verdadeiramente felizes;
k) Nós que somos capaz de praticar barbáries, somos como a criança que insiste em colocar o dedinho na tomada:
l) Às vezes não há como evitar o choque.

247. Por quais atributos Deus faz isso?
Bondade, Amor, Justiça, Onisciência, Onipotência, Providência, Previdência, Humildade, Caridade, Inteligência e Sabedoria, entre outros, inclusive os que não sabemos.

Por tudo isso, fica comprovada a Suprema Bondade de Deus.

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