Nesta lição do livro “Boa Nova”, de Humberto de Campos (Espírito), Jesus esclarece aos discípulos o que significa ser fiel a Deus, aceitando sua vontade, e como devemos nos portar para fazê-lo —mesmo em meio a grandes dificuldades.
- Por que eu deveria ser fiel a Deus?
- Mas como a vontade de Deus pode ser a melhor para mim, mesmo quando passo por situações difíceis ou de dor?
- Depois de escutar as confidências simples e sinceras dos discípulos, após suas primeiras prédicas, diz Jesus: “Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes. Onde o filho e o pai que não desejam estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e recíproca?”.
- Dizendo que não podemos duvidar da fidelidade de nosso Pai para conosco, Jesus diz: “Ainda não o conhecíamos e ele já nos amava”. Jesus fala dos ateus, ou de quando éramos crianças?
- Jesus questiona: “Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos o fato de nos deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação?”
- E qual é a vontade de Deus?
- Continuando a reflexão sobre fidelidade a Deus, aceitando sua vontade, diz Jesus: “Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde”.
- Ora, mas Jesus mesmo não falou que o mundo oferece a porta larga, em que eu posso caminhar com facilidade, e a porta dele era a porta estreita (da dificuldade)?
- Em alerta a Tiago, disse Jesus: “Nem todos podem compreender a verdade de uma só vez. Devemos considerar que o mundo está cheio de crentes que não entendem a proteção do céu, senão nos dias de tranquilidade e de triunfo. Nós, porém, que conhecemos a Vontade Suprema, temos que lhe seguir o roteiro”.
- Esclarecendo a atitude de Deus perante seus filhos, explica Jesus: “Não devemos pensar no Deus que concede, mas no Pai que educa, não no Deus que recompensa, sim no Pai que aperfeiçoa”.
- Em resposta à pergunta dos discípulos sobre como viver nesse mundo como homem e como discípulo do Reino de Deus, disse Jesus: “Em verdade, ninguém pode servir, simultaneamente, a dois senhores”.
- Quando questionado sobre a primeira qualidade a cultivar no coração, Jesus responde: “Acima de todas as coisas, é preciso ser fiel a Deus”.
a) Vamos lembrar aqui que fidelidade a Deus é aceitar, livremente, a sua vontade;
b) Ser fiel a Deus é procurar cumprir com a vontade do Pai da melhor maneira, dentro de nosso alcance evolutivo;
c) Para isso, por tudo o que vimos até agora, precisamos entender que a vontade de Deus será sempre a melhor para nós.
a) Deus, que não pode ser injusto, não deixaria algo de “ruim” acontecer conosco por acaso;
b) Nosso Paizão, que é onisciente, enxerga nosso caminho evolutivo completo, e não só esta encarnação;
c) Por isso, por mais que eu seja justo e correto nesta vida, posso sim passar por dificuldades ou situações de dor para quitar débitos que tenho com minha consciência, que é espiritual;
d) Quando aceito a vontade de Deus e encaro as situações da vida com confiança, passo pelas dores sem sofrer porque compreendo que elas são a cura de minhas doenças morais;
e) Portanto, ser fiel ao cumprimento da vontade de Deus será sempre o melhor para nós.
a) Independente do que estejamos fazendo, Deus sempre confia em nós;
b) Sendo ele onisciente, ao nos criar já sabe tudo o que iremos fazer;
c) Sabe também que, como nos dá o livre-arbítrio, poderemos errar;
d) Mas pela Lei de Causa e Efeito —e sem nunca tolher nosso livre arbítrio— o Pai sempre nos ensinará aquilo que temos esquecido em nossos dias: só existe liberdade quando há responsabilidade;
e) Assim, pelos seus poderes supremos, Deus sempre confia em nós, pois sabe que sempre chegará o momento em que entenderemos ser sua vontade a melhor para nós;
f) E procuraremos livremente cumpri-la.
a) Neste trecho, Jesus fala de todos nós —Espíritos imortais, criados simples e ignorantes;
b) Nossa evolução espiritual começa pelo menos no átomo, como diz a questão 540 de “O Livro dos Espíritos”;
c) Durante a fase evolutiva nos reinos mineral, vegetal e animal, portanto, não teríamos como conhecer Deus;
d) Mesmo como humanos, em nosso estado primitivo, só podemos ter uma noção muito primária de sua existência;
e) Isso mostra o quanto Jesus sabia das coisas e como, de forma velada, ele já nos falava da evolução espiritual.
a) Deus jamais exige de nós que o amemos, e muito menos que lhe sejamos fiéis;
b) O animal desconhece Deus e é sempre fiel à sua vontade, sendo fiel ao seu instinto;
c) Quanto a nós, há uma maneira bem simples de saber quando estamos fazendo a vontade de Deus ou não: sempre que estivermos sendo felizes de verdade, estaremos sendo fiéis a Deus;
d) Vale ressaltar que a felicidade verdadeira nada tem a ver com o prazer;
e) Você conquista felicidade real quando semeia o bem ao seu redor pela prática da Caridade;
f) O prazer, pelo contrário, você conquista quando busca o bem só para si, satisfazendo seu próprio egoísmo;
g) A felicidade é serena e perdura; o prazer, em excesso, acaba e vicia.
a) A suprema vontade de Deus é que você e todos os seus irmãos, também filhos dele, sejam felizes;
b) Mas é também livremente que devemos conquistar tal felicidade, como nos diz a Lei do Livre-Arbítrio;
c) “Pois quem ama de verdade não impõe; ensina como fazer”;
d) E por ser o amor supremo, Deus jamais seria um tirano;
e) Entendendo isso, fica claro o quanto é o melhor para nós sermos fiéis a Deus;
f) É muito importante entender que Deus quer que todos seus filhos sejam felizes;
g) E mais ainda entender que ser fiel a ele é, além de trabalharmos pela nossa felicidade, trabalharmos pela felicidade de todos, dentro de nossos limites;
h) Mas só fazendo isso é que poderemos entender a verdadeira felicidade;
i) Mais uma vez, a vacina da Caridade;
j) Quando não fazemos isso estamos negando a fidelidade a Deus; daí “favorecer a negação”, ou nos negarmos a ser filhos que cooperem com o amor do Pai.
a) Para não ser um ditador, Deus tem que deixar para nós o trabalho de nossa evolução;
b) Esse trabalho, até chegarmos à perfeição, é o preço que pagamos para conquistar nossa individualidade e termos vontade própria;
c) Vale ressaltar, que o preço que pagamos é o do nosso esforço pela nossa evolução e não o sofrimento, que só acontece se insistirmos no mal.
a) Diz Jesus aos discípulos: “Se vacilais receosos ante as bênçãos do sacrifício e as alegrias do trabalho, meditai nos tributos que a fidelidade ao mundo exige”;
b) Correr atrás das coisas do mundo não traz também preocupação e dificuldade?
c) É preciso lembrar que Jesus falou que seu fardo era leve —com isso já queria dizer que, auxiliando o próximo na medida de nossas capacidades, temos plena condição de vivermos com leveza;
d) Quando consideramos as dificuldades de nossos trabalhos um sacrifício, é um forte sinal de que estamos sendo infiéis a Deus;
e) Seja em um trabalho espiritual, em que estejamos fortemente apegados à vaidade;
f) Seja em trabalhos para as coisas do mundo, que cobra um preço muito caro, sem nos trazer felicidade de fato;
g) Por isso as dificuldades, que são as bênçãos a nos ensinar o aprendizado das virtudes, pelo “sacrifício” de nosso orgulho e egoísmo.
a) Primeiro Jesus nos mostra que devemos respeitar a velocidade de compreensão das verdades divinas, que é diferente para cada um;
b) Daí o respeito que temos que ter por todos os ensinamentos que tentam sinceramente nos levar a Deus;
c) Entender a proteção do céu no triunfo e tranquilidade, no início de nossa evolução, nos faz começar a crer na proteção de Deus;
d) Só que agora está na hora de entender o que ele realmente quer para nós —ou seja, qual deve ser o nosso comportamento perante a sua criação;
e) É hora de entender que pela prática da Caridade todos teremos tranquilidade, todos seremos felizes e triunfaremos,
f) Só pela Caridade trazemos o reino de Deus ao nosso plano físico;
g) Só este é um triunfo de verdade. Tudo o mais é engano;
h) Só é real o que é eterno. O triunfo material não é real, pois não é eterno;
i) Então só os triunfos morais, que são espirituais e eternos, são reais.
a) Porque Jesus chamou a Deus de Pai quando falou naquele que educa e aperfeiçoa?
b) O Divino Mestre deixa clara a diferença entre o conceito mitológico de Deus, e o conceito de Deus como o Pai que nos trouxe;
c) Para nós, o Ser Supremo é aquele que nos protege e orienta com o seu amor;
d) Daí não mais o Deus que concede, mas o Pai que educa;
e) Educar não é fazer por nós, mas nos ensinar a fazer;
f) E Deus sempre nos ensinará como fazer, mas nunca fará por nós;
g) As provas e as dificuldades da vida são os meios que ele usa para fazer isso;
h) Não adianta você ir ao Centro de Umbanda, pedir ao Preto Velho ou ao Caboclo para fazer por você aquilo que você deve fazer;
i) E o mesmo vale no Centro Espírita ou na Igreja —não adianta pedir aos Espíritos superiores, ao mentor do trabalho, ao guia espiritual, ao santo de sua devoção;
j) O único milagre que existe é o seu esforço pessoal;
k) Lembre-se de pensar “não no Deus que recompensa, mas no Pai que aperfeiçoa”;
l) Nunca peça recompensa pelo bem que você faz, pois ela está na felicidade que sempre sentimos quando fazemos o bem —ela é automática e não depende dos outros;
m) E Jesus aqui afirma claramente que nem Deus nos recompensa;
n) O Pai, através dos problemas e dificuldades, nos aperfeiçoa, levando-nos a aprender a corrigir nossos erros;
o) Aperfeiçoar é aprender a fazer o certo, corrigindo os nossos erros atuais e do passado;
p) O Mestre deixa claro aqui que todo o material e ferramentas que precisarmos para construir nossa evolução, devemos sim a Deus;
q) Porém a construção dessa evolução, devemos a nós mesmos;
r) E o trabalho de “construirmos” esse novo conceito de Deus, aquele com quem temos sempre uma parceria na construção de sua criação, é de todos nós.
a) Aqui fica muito claro: ou caminhamos em direção ao reino de Deus pela prática da Caridade, ou nos mantemos indefinidamente em meio aos problemas da Terra;
b) Devemos aprender a plantar uma flor onde haja um espinho, como diz Jesus;
c) Mas o reino dos prazeres humanos só produz espinhos;
d) Jesus também diz que é natural que sintamos medo;
e) Mas ele mostra também que ter coragem não é não ter medo, mas saber enfrentá-lo;
f) Quanto a fugir dos problemas para viver em contemplação, fica claro que a evolução só se fará exatamente por causa dos problemas. Tanto a individual, quanto a coletiva.
a) Já explicamos que ninguém é obrigado a ser fiel a Deus, pois ele não é um tirano;
b) Só somos realmente fiéis a Deus quando entendemos que sua vontade é o melhor para nós e a aceitamos livremente;
c) A partir deste momento faremos sempre o melhor, dentro de nossas possibilidades, começando a trilhar um caminho que nos trará cada vez mais possibilidades e, também, felicidade.