O grupo dos discípulos de Jesus era formado por velhos e moços. Por isso, ocorriam choques de opiniões às vezes ocasionados pelo idealismo quente dos mais jovens. Frente aos argumentos desses sobre suas possibilidades de ir à Terra inteira pregar o Evangelho, Simão, o Zelote, sentiu-se menosprezado, ficando preocupado com sua idade avançada, indo procurar Jesus para se esclarecer.
- Para responder à dúvida de Simão sobre suas possibilidades em vista da idade avançada, diz o Mestre: “Simão, poderíamos acaso perguntar a idade de nosso Pai?”
- Eis a bela e profunda explicação de Jesus: “A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do sol, e flores que caem ao primeiro sopro da Primavera. O fruto, porém, é sempre uma benção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança; a flor uma promessa; o fruto é realização. Só ele contém o doce mistério da vida, cuja fonte se perde no infinito da divindade!”
- Outra linda colocação do Mestre sobre a importância do esforço individual, independentemente da idade, e sem esquecer a compaixão aos menos maduros: “Quando te cerque do burburinho da mocidade, ama os jovens que revelem trabalho e reflexão; entretanto, não deixes de sorrir, igualmente, para os levianos e inconstantes: são crianças que pedem cuidado, abelhas que ainda não sabem fazer o mel. (…) Esclarece-os, Simão, e não penses que outro homem pudesse efetuar, no conjunto da obra divina, o esforço que te compete.”
- Compreendendo os ensinamentos de Jesus sobre o esforço individual na edificação do Reino de Deus no íntimo, cabível tanto aos velhos quanto aos moços, Simão esclarece também a Tiago, passando a se entender melhor com o jovem apóstolo. Durante os ensinamentos de Jesus ao povo, sua experiência de vida o leva a evitar que duas crianças se afoguem, no que durante a noite, em desdobramento espiritual, Jesus o agradece, mostrando-lhe o futuro do Evangelho. Ele vê então que: “Todas as criaturas fitavam o Mestre, com os olhos agradecidos e refulgentes de amor. As crianças lhe chamavam ‘amigo fiel’; os jovens, ‘verdade do céu’; os velhos, ‘sagrada esperança'”.
- Jesus ensina que pouco importa a idade no serviço a Deus e ao próximo, e diz: “Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!… Antes de tudo, é preciso ser de Deus”.
a) Aqui cabe entender a imensa diferença entre idade física e idade espiritual;
b) A idade física faz parte do perecível corpo físico;
c) Enquanto para o Espírito, nem sequer existe idade, pois ele existe fora do tempo;
d) Assim, o que conta é apenas a sabedoria adquirida;
e) Como a sabedoria é o conhecimento sempre usado para o bem, seria quase impossível adquiri-la sem a vivência da experiência;
f) E aí conta a vida eterna do Espírito, que grava todas as experiências de suas encarnações;
g) Daí os jovens maduros e os velhos imaturos.
a) Como comentar algo tão sublime as explicações de Jesus?
b) Eis uma poética e perfeita explicação do valor da experiência.
a) Eis uma explicação muito importante:
b) Cada um de nós tem o seu trabalho “no conjunto da obra divina”;
c) Podemos concluir que, no momento, o mais importante é trabalharmos em nossa evolução, para atingirmos o mais rápido possível a perfeição;
d) E o melhor que podemos fazer pela nossa evolução é aprendermos a praticar a Caridade, ajudando a evolução dos que nos estão próximos;
e) É a Caridade que nos ensinará a fazer o mel;
f) E como a melhor maneira de aprender é ensinando, vamos ensinar a quem não sabe.
a) Eis o que nos aguarda no Ciclo de Regeneração em que acabamos de entrar, após este período de transição que deve durar ainda mais algumas décadas;
b) Jesus já nos avisou que esta transição seria muito dolorosa, algo que nunca aconteceu na história da humanidade, e nunca mais acontecerá;
c) Mas confiando em sua proteção, todos podemos suportar tal passagem;
d) É preciso atentar para quando ele diz que “muitos seriam chamados, e poucos seriam escolhidos”;
e) Isso quer dizer que não serão muitos os que confiarão o suficiente nele para passar com a necessária tranquilidade pelas dificuldades que se aproximam;
f) Confiemos, pois, plenamente em Jesus!
a) O que é ser de Deus?
b) É livremente saber que sua vontade será sempre querer a nossa felicidade, portanto sempre a melhor para nós;
c) Quando entendemos isso, compreendemos que Deus quer isso para todos os seus filhos;
d) E se somos todos filhos dele, somos todos irmãos;
e) E seremos de Deus fazendo de sua vontade a nossa, pois com certeza será a melhor para todos;
f) Tomaremos então, ao mesmo tempo, as vacinas da Caridade e da Humildade;
g) E finalmente entenderemos que sempre somos dele, mas só pela prática dessas duas virtudes estaremos sempre sentindo o seu amor por nós;
h) Ao amarmos a todos os nossos irmãos;
i) Ensinando-os a produzir “o mel” da fraternidade e da felicidade.