Espiritismo vs. Teosofia: os mitos que nos afastam de Deus

Mitos na figura da vela

“O Livro dos Espíritos”, obra fundamental da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, foi publicado em 1857 na França. E não demorou para que o Espiritismo começasse a florescer no Brasil.

Os primeiros registros de publicações e formação de grupos em solo brasileiro datam da década de 1860 em Salvador e no Rio de Janeiro. Em meio a divergências de visões entre os que preferiam o lado científico da Doutrina e aqueles que reconheciam-lhe o teor evangélico, o Espiritismo desenvolveu-se nos últimos 150 anos no Brasil em um convívio pacífico com diversas outras visões religiosas, desde o catolicismo até diversos cultos de origem africana.

Uma destas visões religiosas é a Teosofia, fundada pela escritora e teóloga russa Helena Blavatsky na década de 1870 como tentativa de compreender a sabedoria das religiões. As teorias de Blavatsky, que chegou a ter contato com as obras de Allan Kardec na época, acabaram influenciando muitos estudiosos do Espiritismo no Brasil durante o século 20. Porém, a Teosofia resgata muitos conceitos mitológicos que a Doutrina Espírita buscou erradicar. E é importante conhecê-los para atingir uma compreensão mais correta dos ensinamentos de Jesus, que o próprio Espiritismo revive.

 

  1. Jesus formou ou não formou a Terra?

a)    Para a Teosofia não, pois Jesus não teria capacidade para isso. Mas isto é um engano, como veremos;

b)   Conhecemos bem esta ideia apregoada pela Teosofia, por iniciativa de Blavatsky, quando afirma não ser Jesus o Cristo, mas o médium do Cristo.

c)    Afirma ela que um Ego da ordem crística jamais pode reencarnar, pois seria o mesmo que um chimpanzé reencarnar como humano.

d)   Diz ainda haver absoluta incompatibilidade vibratória, que impede tal reencarnação

e)   Esta afirmação torna impossível o contato de Deus conosco, já que ele seria afetado por todos os nossos desequilíbrios. Nesse caso, mesmo os Egos que estão desequilibrados causariam desconforto em Deus, já que ele como ser supremo estará em melhores condições que todos nós

f)     Porém, estamos todos imersos no oceano de amor de Deus. Como é impossível Deus sofrer, só podemos concluir que ele é capaz de controlar nossos desequilíbrios com suprema perfeição

g)    O mesmo acontece com os Espíritos crísticos

h)   Recordemos que o próprio Mestre perguntou aos discípulos quem achavam que era ele, ao que Pedro responde: “Tu és o cristo, o filho de Deus vivo”. Disse o Mestre: “bem-aventurado és tu, pois foi o Pai quem te revelou”. Mais claro impossível

i)      No início de seu Evangelho, João também se refere a Jesus como o verbo de Deus. Verbo é aquilo que materializa nossos pensamentos

j)     Se Jesus é o verbo de Deus, ele é quem materializou ou transformou em realidade nosso planeta, já que para isto é preciso criar meios para executar o que se pensa

k)    Afirma, ainda, que em relação à Terra, nada existiria, sem Jesus, deixando claro ser nosso Mestre o criador de nossa morada cósmica

l)      Jesus é sim o Ego (Espírito propriamente dito) crístico criador de nosso planeta

m)E isto fica muito claro pela sua encarnação e sendo um Ego de alta perfeição nada de errado poderia dizer ou afirmar. Se afirmou que era o cristo, é porque era

n)   Como vemos, sutilmente a Teosofia tenta transformar Jesus em mentiroso

 

  1. Mas Jesus é Cristo ou é Deus?

Para a Doutrina Espírita não existe Santíssima Trindade, pois o Messias ou Cristo, não é Deus, mas um Ego (Espírito propriamente dito) perfeito de alta evolução

 

  1. E Espíritos perfeitos podem encanar?

Explicou-nos nosso amigo espiritual André Luiz, que foi chamado a estudar, com orientadores de alta evolução, a real formação de um ser humano reencarnado:

a)    O Ego (Espírito propriamente dito), ou seja, o ser imaterial, tem sua essência estruturada no fluido cósmico universal, que nada tem de material;

b)   Este Ego tem que evoluir até a perfeição e depois até a divinização, quando então se torna perfeitamente semelhante a Deus, tornando-se então imaterial e imutável;

c)    Só a partir daí não poderá mais reencarnar ou corporificar, pela perfeita semelhança com Deus, que não pode ter nenhuma interação direta com a matéria, visto que então já não seria imaterial e imutável;

d)   Até este ponto, qualquer Ego ainda não divinizado pode sim reencarnar. Jesus reencarnou sim e é nosso cristo planetário;

e)   Só esta incompatibilidade já seria suficiente para separar claramente o Espiritismo da Teosofia.

 

  1. E que diferença isso faz na minha vida?

Ora, é que enquanto abraçamos esse tipo de crença, como as da Teosofia, continuamos achando que Deus, Jesus e os bons Espíritos estão distantes de nós, quando, na verdade, eles são os que mais perto de nós estão —sempre nos amparando e convidando-nos à boa vontade.

 

  1. Entendi… ora, então se um Espírito crístico pode reencarnar, quero que você me explique como.

a)    Ora, por ter a essência do Ego (Espírito propriamente dito) as mesmas características da essência de Deus, ou seja, a essência de algo inteligente, não há como o Ego agir diretamente sobre a matéria sem ser pelo pensamento

b)   Porém, para evoluir, o Ego precisa aprender a trabalhar todos os tipos de fluidos

c)    É preciso, então, haver um intermediário entre o Ego (inteligência pura), que vem do fluido cósmico inteligente, e as formas mais densas das variações do fluido cósmico material

d)   Essa intermediária é a matéria mental

e)   Aprendendo a trabalhar com a matéria mental, o Ego (Espírito propriamente dito) em sua fase Mônada Primordial, começa a sua jornada evolutiva

f)     Até a perfeição, o corpo mental jamais se desliga do Ego (Espírito propriamente dito)

g)    Já os outros corpos que formam o períspirito (astral superior, astral médio, astral básico e o duplo etérico) deixam de existir sempre que o Ego (Espírito propriamente dito) reencarna, sendo geradas novas formas destes corpos no processo reencarnatório

h)   Segundo André Luiz, a matéria mental é tão sutil que dá condições aos Egos crísticos para que reencarnem porque isolam o Ego (Espírito propriamente dito) de qualquer interação direta com formas mais densas de matéria

i)      Disse-nos ainda André Luiz que, até se divinizarem, os Egos evoluem, e se precisam evoluir, precisam ter como manipular matérias mais densas. Após se divinizarem não mais evoluem e não podem mais interagir com a matéria, mas só influenciá-la pelo pensamento, como Deus

j)     Por isso, a matéria mental ser tão diferenciada das outras formas de matéria. Foi a solução que Deus criou para nos dar condições de evoluir e poder manipular outras formas mais densas de matéria, sem interagir diretamente com elas

k)    É a matéria mental aquele elo que permite ao Ego (Espírito propriamente dito) manipular as outras formas de matéria, como disseram os Espíritos a Kardec em “O Livro dos Espíritos”

l)      Portanto, nós, como os Egos crísticos, só trabalhamos a matéria pela intermediação da matéria mental, através de nosso pensamento

 

  1. E Deus também não pode fazer o mesmo?

Da mesma maneira que não poderemos fazer quando nos divinizarmos, Deus nunca pôde, pois é divino de toda eternidade

Então, antes de se divinizar, qualquer Ego (Espírito propriamente dito) da ordem crística, se quiser pode, sim, encarnar

Se não o fazem, é para não “passar por cima” de trabalhos que devem ser feitos por outros Egos ainda em aprendizado

Jesus tomou para si a vinda até nós, por saber que seria o melhor para todos

 

  1. E essa história da criação divina ser “o corpo de Deus”?

a)    É outro ponto de total incompatibilidade entre Espiritismo e Teosofia

b)   Os grandes clarividentes do passado, conseguiam ver a estrutura microscópica de nosso corpo e também, as inúmeras bactérias que temos nele

c)    Como tinham conhecimento da existência do Ego (Espírito propriamente dito) e percebiam que era ele que comandava e controlava toda nossa estrutura corpórea, imaginaram que com Deus seria a mesma coisa

d)   Perceberam também, que essas miríades de Mônadas microscópicas compunham nosso corpo

e)   Por comparação, se nosso corpo é composto por trilhões de Mônadas, Deus também teria um corpo que seria composto por toda a sua criação

f)     Como a criação era toda material, o corpo de Deus também seria. Lembremos de nossa imagem e semelhança com ele: Deus teria como nós um corpo em tamanho muito grande

g)    Reforçando tudo, eles viam também nossos corpos espirituais, que também são feitos de matéria fluídica. Não conseguiram diferenciar o Ego do corpo mental, achando que esta era o ponto mais sutil de nossa formação

h)   Com isso, a conclusão foi imediata: tudo é matéria, nas mais diferentes formas

 

  1. Mas então não é correto pensar assim?

a)    Vamos raciocinar usando a Doutrina Espírita e os Atributos de Deus:

b)   Se a criação fosse o corpo de Deus ele não seria nem imaterial e nem imutável, pois seria de matéria

c)    Pelas leis da Termodinâmica, principalmente a entropia, todo fenômeno material tem que ter começo e fim. Logo sendo material, Deus teria que ter começo e fim

d)   Então Deus não poderia ser nem incriado e nem eterno. Não poderia ser Deus, pois teria que evoluir e não teria a suprema sabedoria, pois teria um fim. Ainda, para evoluir teria que ter um começo

e)   Este corpo de Deus seria completamente instável, pois mudaria de forma a cada mudança de um fenômeno material. Cada bactéria que mudasse, mudaria o corpo dele. Imaginemos isto em uma infinita criação, a evoluir e mudar sem parar. Como seria o Pai imutável?

f)     Mas, Deus sendo imutável, tem que ter todo o supremo conhecimento, não podendo evoluir

g)    Não há como Deus ter qualquer resquício de matéria e muito menos ter um corpo material

h)   Deus é o único que nunca evoluiu e nunca evoluirá. Daí só ele ser o criador e todos nós criaturas

i)      Somos semelhantes a Deus. Como vimos ele tem a essência de algo inteligente. Como somos semelhantes a ele, em essência somos também, algo inteligente

j)     Tudo o que é material começa e acaba, como nosso corpo ao desaparecer. Mas, como Ego continuamos a existir, com todas as características que tínhamos quando encarnados, nos corpos espirituais

k)    Se tudo isto foi comprovado pela ciência Espírita de forma completa e irrefutável, então somos imortais, mesmo tendo um começo

l)      Se somos imortais, não podemos ter uma estrutura material, mas algo que nunca perece ou acaba. Raciocinando bem, veremos que a Termodinâmica nos ajuda a provar a existência do Ego imaterial, pois a ciência Espírita, como dissemos, já provou que ele é imortal. Para ser imortal não pode ter a essência que estrutura todas as formas de matéria

m) Então não podemos ser de essência material

n)   Como afirmam os Espíritos e André Luiz, nossa essência é algo inteligente, que vive para sempre

o)   Temos que ser, então, completamente diferentes da matéria e somos quem realmente aprende e evolui

p)   Mas se evolui e é imortal não pode regredir ou desaprender

q)   Logo a única realidade é a imaterialidade de nós Egos, que é uma realidade imaterial e nunca uma realidade da matéria

r)     Deus só pode ser imaterial e sendo imutável, não pode evoluir, e muito menos ter um corpo material que seria sua criação

s)    Tudo isso é na realidade consequência de ideias mitológicas que por milênios nos confundem. Se até o início do Ciclo de Regeneração isso tudo teve sua utilidade, agora que já entramos nele deixou de ter

t)     Deus tem atributos que o tornam imaterial, imutável, incriado, eterno, causa primária, suprema sabedoria, onisciente, onipotente, dentre seus infinitos atributos.

 

  1. E aquele livro “Harpas Eternas”, tem algo a ver com Doutrina Espírita?

a)    Este livro já foi muito bem analisado por Herculano Pires e nada tem a ver com Espiritismo

b)   “Harpas Eternas” tenta, usando o emocionalismo, fazer com que deixemos de lado nosso racional

c)    O autor espiritual deste livro denomina-se “Hilarion de Monte Nebo”

d)   Afirma ter sido contemporâneo de Jesus, tendo participado da instrução do Mestre em sua infância

e)   Aqui já temos o primeiro engodo: se Kardec, com toda correção afirmou que Jesus era o médium de Deus e Jesus deu lições aos mestres do templo com onze anos de idade, como é que alguém poderia ter condições, aqui na Terra, de ensinar Jesus?

f)     Para ser o cristo planetário, nosso Mestre teria que ser um gênio sideral pelo menos há 5 bilhões de anos. Isso porque a ciência já provou que a Terra tem cerca de quatro bilhões e seiscentos milhões de anos de idade

g)    Fica muito difícil imaginar o que isto significa em evolução, conhecimentos e sabedoria

h)   Como admitir que Hilarion ou mesmo os Essênios poderiam ensinar algo a Jesus?

i)      Só por aí poderíamos parar esta análise

j)     Porém, houve pessoas de grande importância para o Espiritismo que se deixaram enganar por tais ideias sobre Jesus

k)    Hilarion afirma também que Jesus encarnou-se várias vezes entre nós, como grandes profetas do passado, como Apolônio, Buda e outros

l)      Isto constou durante vários anos em um livro muito vendido no meio espírita, tendo sido corrigido nas edições mais recentes. Este livro chama-se “Exilados de Capela”

m)  Nosso importante e muito respeitável Edgard Armond se deixou enganar, fato este que de maneira alguma reduz a importância e qualidade do trabalho que fez no meio espírita

n)   Deduzimos que Armond teria tirado estas informações do livro “Harpas Eternas”, por ser o único que conhecemos ter tais colocações. Podemos estar errados, afinal, quem de nós jamais se enganou?

o)   Neste livro há ainda uma passagem em que Hilarion explica como Jesus se tornou um Espírito perfeito, insinuando, de forma mordaz, ser Hilarion também um Cristo —se ele viu Jesus se tornar perfeito, há 5 bilhões de anos pelo menos.

 

Assumindo toda responsabilidade do que aqui está escrito, quero emitir minhas conclusões a respeito da infiltração de todas estas confusões no meio espírita:

São planos dos gênios das trevas, aproveitando-se de médiuns incautos para espalhar confusão e diminuir a importância de Jesus na criação e evolução de nosso planeta.

A Teosofia nem sutil é quanto a isso. Transforma Jesus em um simples médium, criando uma imaginária separação vibratória entre os Espíritos crísticos e nós.

Mantém ainda uma intransponível distância entre nós e Deus, que fica lá em seu paraíso com um raio pronto para nos fulminar por qualquer bobagem que façamos.

Sendo a grande missão da Revelação Espírita trazer Jesus de volta, após todas as distorções de seus ensinos, a Teosofia resgata a mitologia para rebaixá-lo, mantendo o Deus Terror.

Elimina a ideia do Espírito, transformando tudo em matéria ao dizer que toda comunicação mediúnica só acontece com os “cascões” astrais, sem sequer explicar o que é isto (e sutilmente dizendo que tudo o que a Revelação Espírita ensina está errado).

Traz de volta a ideia de ser a criação o corpo de Deus, visão esta muito antiga de uma Mitologia incapaz de vislumbrar o espiritual, ensinando somente o material, que era a única compreensão da humanidade de então.

Vale notar que todas essas influências da Teosofia surgem ao mesmo tempo que o Espiritismo se implanta no Brasil, conforme os planos de Jesus (ver o livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”).

Isso no contexto de um país envolvido por misticismos de toda espécie, que propicia muita facilidade para as várias religiões se misturarem em diversos sincretismos.

E, ainda, para ajudar, os espíritas não conseguem se unir, criando através das várias federações diferentes ideias do que seja nossa Revelação.

Tudo isto, porém, não nos preocupa, já que temos Jesus no leme de tudo.

Mas, esclarecer é preciso.

As coisas sairão exatamente como nosso Mestre planejou há mais de quinhentos anos sobre o Brasil e seu Evangelho.

Gostaríamos de lembrar a passagem de Jesus e a figueira seca: a nós parece que o Mestre nunca a amaldiçoaria. O que ele quis mostrar foi que, na natureza, tudo aquilo que deixa de ter a função para a qual foi criado precisa ser reciclado.

É exatamente isto que acontece com a Mitologia e seus ensinos: enquanto o freio do medo (do inferno, do diabo, da morte) era útil, tudo isso tinha função. Agora que este freio não mais é útil e muito menos funciona, deve sua causa ser devidamente substituída por algo mais útil, que é, sem dúvida, o Deus Amor de Jesus.

8 comentários

  1. Amigos, eu gostaria de saber qual é a fonte (de Kardec é Claro) que diz que Jesus é nosso cristo planetário. Nunca me dei ao luxo de procurar na codificação.
    No item 1 letra H diz o seguinte: 1 … h) Recordemos que o próprio Mestre perguntou aos discípulos quem achavam que era ele, ao que Pedro responde: “Tu és o cristo, o filho de Deus vivo”. Disse o Mestre: “bem-aventurado és tu, pois foi o Pai quem te revelou”. Mais claro impossível.

    Dessa citação Bíblica (que não sabemos o quanto foi adulterada nas traduções) tirar um raciocínio de que Jesus criou nosso planeta, e ainda dizer que o espiritismo prega isso, achei muito esquisito, pra não dizer outra coisa.

    1. Caro Rodrigo,

      Entre várias, vamos preferir citar “A Gênese”, capítulo 15, item 2:

      “Sem nada prejulgar quanto à natureza do Cristo, natureza cujo exame não entra no quadro desta obra, considerando-o apenas um Espírito superior, não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada e colocado, por suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios. Mesmo sem supor que ele fosse o próprio Deus, mas unicamente um enviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais do que um profeta, porquanto seria um Messias divino.

      Como homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível. A sua superioridade com relação aos homens não derivava das qualidades particulares do seu corpo, mas das do seu Espírito, que dominava de modo absoluto a matéria e da do seu perispírito, tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres. Sua alma, provavelmente, não se achava presa ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista, não só permanente, como de excepcional penetração e superior de muito à que de ordinário possuem os homens comuns. O mesmo havia de dar-se, nele, com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa forca magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.

      Agiria como médium nas curas que operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.”

      Há diversas outras referências na obra de Chico Xavier, que reconhecemos como continuidade à Codificação de Kardec.

      Além do estudo contínuo, caro Rodrigo, também é muito importante manter viva a ideia da fé racional. Acaso a Codificação seria a Bíblia Espírita, intocável e isenta de atualizações? De forma alguma. Porém é preciso fazer um crivo realmente racional sobre teorias infundadas como a Teosofia, que mais geram confusão do que explicam, com rigor e comprovações científicas, a imortalidade do Espírito e a natureza da missão de Jesus na Terra.

      Sem isso transformaremos Kardec e a Doutrina Espírita em mitos, sob o risco de afastá-la de Deus e do Cristianismo que eles buscaram reviver em sua essência.

      Obrigado por sua participação, e continue conosco.

      Equipe do Blog

  2. Referente a estudos de Herculano Pires sobre este livro “Harpas Eternas” pude localizar o comentário abaixo:

    Pergunta nº 10: Harpas Eternas

    Locutor – Professor, o ouvinte Adolfo Muniz Furtado nos telefonou e pede-lhe considerações sobre a obra “Harpas Eternas” editada na Argentina.
    J. Herculano Pires – Este livro “Harpas Eternas”, editado na Argentina, é considerado uma das fontes de Ramatis. Quer dizer, um dos livros de que Ramatis se serve para tirar os seus temas, as suas proposições que ele oferece em suas obras como novidade. Este livro, “Harpas Eternas”, o livro “Perdoo-te”, de Amália Domingos Soler, e outros livros que foram publicados na Espanha pelo grupo espírita da Villa de Gracia, perto de Barcelona. Todos eles são muito imaginosos. Livros que são bem escritos literariamente, do ponto de vista literário, mas onde a imaginação dos autores espirituais não tem limites. Ora, dessa falta de limitação surgem coisas como aquelas, por exemplo, de se considerar que Antúrios, possivelmente existente na Atlântida, teria sido Jesus, e que a personagem feminina do romance “Perdoo-te” era Maria Madalena, que era amante de Antúrios.

    Ora, uma série de coisas dessa espécie aparece nesses livros. “Harpas Eternas” pertence a esse mesmo número de livros que fascinam, que encantam pela imaginação que é ali apresentada, pelos temas que são desenvolvidos assim sem a responsabilidade doutrinária necessária e que satisfazem então a curiosidade, ao sonho de muitas pessoas.
    Esses livros podem ser muito interessantes do ponto de vista do passatempo; podem trazer algumas informações boas no sentido de procurarem desenvolver na criatura humana a esperança de uma vida melhor; mas não vão além disso. Não dão ensinamentos certos, o que fornecem são informações ilusórias, errôneas, inverificáveis.

    O espiritismo não se serve de elementos dessa espécie. No espiritismo, as coisas têm que ser claras e positivas, baseadas principalmente na lógica, na razão, na observação e positivadas por elementos que realmente comprovem a existência daquilo que se afirma que existiu.

    Extraído do link abaixo:
    http://www.fundacaoherculanopires.org.br/nolimiardoamanha/218-programa102

    Jesus nos disse que toda árvore que o Pai não plantou seria removida. A árvore da mitologia foi útil por um ciclo da história da humanidade (desde a Antiguidade e ciclo de expiação e provas), entretanto não é mais necessária pois já entramos no Ciclo de Regeneração, do Deus Amor de Jesus.

    Jesus é o nosso irmão mais experiente e que perante Deus na Terra é quem está mais próximo de nós. E informou-nos que em nossa evolução espiritual faríamos tudo o que ele fez e muito mais. Tudo impulsionado pelo motor da Caridade.

    Abraço

  3. Amigo, desculpe a minha ignorância, mas peço que grife na sua resposta onde diz ou onde pelo menos demonstre dizer que Jesus é o criador do nosso Planeta. Pois não estou conseguindo ver ainda. Ou cite outras dessas diversas fontes, mas não em obras fora da codificação. Eu cito isso de que Jesus é o criador do nosso planeta em minhas humildes palestras, mas lendo este artigo (que gostei muito) me dei por mim que não me lembro de ter visto isso na codificação. Mas não li todas as revistas espíritas ainda. Acho que seria uma informação espiritualista e não espírita. Rodrigo

      1. Prezada Marli,

        Agradecemos a oportunidade de sua colocação para esclarecermos aos leitores:

        Você faz referência a um site dizendo: “Lá está claro que Jesus não é o Criador. Creio que com o passar do tempo começou a haver algum sincretismo e alguma confusão”

        – Por isso esclarecemos que a referência da confirmação que Jesus é o Construtor do Planeta, é o livro A Caminho da Luz (1938) autor: espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.

        – Na análise deste livro não verificamos nenhuma confusão, apenas a confirmação que Jesus foi o responsável pela formação do planeta desde o seu início.

        Abraços

        Equipe do Blog

  4. De fato as referências das culturas orientais deram base à informações contidas no livro “Exilados de Capela”, de Edgar Armond.

    Vemos isto no capítulo X, “Tradições Espirituais de Descida”, no livro, em que fala da tradição dos hindus, na parte revelada ao ocidente por Madame Petrovna Blavatsky, que fala sobre membros de uma comunidade altamente evoluída que vieram ao planeta Terra e foram considerados instrutores divinos da Humanidade.

    E ele inclui também no livro, como remate destas tradições, a obra de Hilarion do Monte Nebo, um membro categorizado da Fraternidade Essênia, contemporâneo e amigo de Jesus,
    investigador da pré-história, com revelações conhecidas por Moisés anteriormente.

    A obra citada é o livro “Harpas Eternas”, de autoria espiritual de Hilarion de Monte Nebo, e enviada da Argentina antes de sua publicação e com adaptações deu referências para o processo de Iniciação que ele (Edgard A.) desenvolveu.

    Fontes: http://espiritismobiografias.blogspot.com.br/2010/07/edgard-armond-no-dia-29-de-novembro-de.html

    -Livro Exilado de Capela

    Isto em nada desconsidera a importância do trabalho desenvolvido por Edgard Armond que implantou com a disciplina e seriedade nos procedimentos de muitos núcleos espíritas.

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